5 de fevereiro de 2017

um poema de barbara korun

A lua há de cobrir-me

Tenho dois animais.
Um rubro, outro azul.
Quando o azul bebe, o rubro
ataca.
E ao contrário.
Nunca consigo apanhá-los,
esticada entre o que repousa e o que corre.

Baixarei um pensamento
assim
longe longe na planície.
Não me notarão

Deitarei na relva
próximo ao poço e
adormecerei.
A lua há de cobrir-me.

Amanhã
com os primeiros raios horizontais
eles chegarão.
Extenuados, suados, focinhos espumantes.

Depois
juntos
tomaremos água.

(tradução de Aleksandar Jovanovic)

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